Com jeito de menina, atriz estreante encara prostituta em 'Deserto feliz'
Aos 21 anos, Nash Laila estrela seu primeiro longa-metragem.
'Fazer cinema é uma responsabilidade muito grande', diz.
Com nome diferente (que ela faz questão de esclarecer, não é artístico) e rosto de menina, aos 21 anos a atriz Nash Laila faz sua estréia no cinema com o filme “Deserto feliz”, que entrou em cartaz nesta sexta-feira (28) nos cinemas.
Dirigido por Paulo Caldas, o longa conta a história de Jéssica, uma menina que após ser violentada pelo padrasto, troca o sertão pela cidade grande e passa a viver da prostituição.
Rodeada por um elenco experiente, como João Miguel (de “Estômago”), Hermila Guedes (“O céu de Suely”) e Zezé Motta, Nash Laila encarou a complexa personagem e a responsabilidade de ser o centro de todo o filme, que reveza momentos de energia com longos silêncios. “Fazer cinema é uma responsabilidade muito grande, ainda mais um filme desses, com uma temática tão difícil”, afirma a atriz.
Leia, abaixo, trechos da entrevista que ela deu ao G1.
G1 – “Deserto feliz” é seu primeiro filme. Você se sentiu insegura?
Nash Laila – Não sentia insegurança na minha interpretação, pois já trabalho há muitos anos e tenho uma linguagem bem naturalista. Mas sentia insegurança em fazer cinema pela primeira vez. É uma responsabilidade muito grande, ainda mais um filme com uma temática tão difícil. Mas isso foi embora no instante em que conversei com o Paulo e ele me explicou mais sobre o projeto.
G1 – O que você já tinha feito antes do longa?
Nash Laila – Comecei a fazer teatro com 13 anos e participei de três peças em Recife. Fiquei sabendo que estavam fazendo testes para o “Deserto feliz” e que precisavam de uma atriz maior de 18 anos, mas que tivesse rosto de menina. Foi assim que entrei no filme, que agora está começando a abrir outras portas para mim.
G1 – Como você se preparou para fazer a Jéssica?
Nash Laila – Fizemos muitas leituras do roteiro, o que foi muito importante. Discutimos com o diretor os personagens e fomos encontrando nosso caminho. O Paulo me deu livros e vimos mais ou menos 50 filmes em uma semana, todos sobre essa mesma temática da prostituição.
G1 – A Jéssica, apesar dos problemas que tem, nunca fica triste, chora. Por quê?
Nash Laila – Ela não tem muita noção. Quando a situação fica ruim, ela parte para outra melhor. Ela não grita, não chora, não faz nada disso. Ela vai deixando a vida levá-la. Na verdade, ela está sempre procurando um caminho mais tranqüilo, mas ela não toma a frente da situação.
G1 – Como foi sua relação com o resto do elenco?
Nash Laila – Foi lindo, especialmente com o João Miguel e com a Hermila. Ele me ajudou muito, fez alguns jogos para ajudar na minha interpretação, porque me sentia muito verde antes das filmagens.
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