sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"Queremos adotar mais uma criança"

Em entrevista a ÉPOCA, Angelina Jolie confirma que ela e Brad Pitt querem aumentar a prole e não descartam adotar uma criança sul-americana. A ex-bad girl e atual miss generosidade também explica por que gosta de filmes de ação e se emociona ao lembrar da mãe, morta há dois anos
Marcelo Bernardes, de Nova York
James White
MULHERÃO, MÃEZONA
A atriz mais bela de Hollywood diz que sua imagem na mídia é irreal: “Meus filhos é que dirão quem eu sou”

São 11 da manhã de um domingo. entro no elevador do hotel Waldorf-Astoria, quando alguém grita: “Por favor, segure a porta!”. É Angelina Jolie. Ela usa um vestido de alcinha violeta, que acentua o volume dos seios, e segura um copo de café com leite gelado. Durante o trajeto até o 18º andar, Angelina fala a seu maquiador sobre uma proeza de Brad (Brad Pitt, com quem vive desde 2005): calibrar o iPod com “surpreendentes” escolhas musicais. A atriz mais cobiçada do planeta, que assanha os tablóides com a exótica combinação de mulher fatal, embaixadora de refugiados e mãe de seis crianças (três adotadas), não se importa com falar da vida pessoal na frente de estranhos. Só no 18º andar, o quarto reservado para a entrevista com ÉPOCA, me apresento. Durante uma hora de conversa, ela disse que ainda amamenta os gêmeos Vivienne Marcheline e Knox Leon, nascidos em julho. E ficou com os olhos embaçados ao falar da mãe, morta em 2007. Angelina diz tê-la reencontrado espiritualmente nas filmagens de A Troca, de Clint Eastwood. O filme estreará em janeiro no Brasil. Angelina interpreta Christine Collins, uma mãe que vai ao trabalho e deixa o filho sozinho. Quando volta, não o encontra. A investigação deflagra uma luta contra a polícia corrupta de Los Angeles. É o melhor papel de sua carreira.

ÉPOCA – A princípio, você não queria estrelar o filme A Troca. Por quê?
Angelina Jolie –
A história funciona como um filme de horror para qualquer mãe. Depois de ler o roteiro, tive muita dificuldade para dormir. Não queria lidar com uma personagem que me faria pensar que meus filhos poderiam um dia sumir para sempre. Não estava a fim de passar por essa ansiedade. Durante as filmagens, meus filhos reclamaram, dizendo que eu estava muito pegajosa, que eu os amassava com tantos abraços e beijos (risos).

ÉPOCA – O que a fez mudar de idéia?
Angelina –
Peguei-me várias vezes contando a história de A Troca para o Brad (Pitt) e para outras pessoas. Era uma história que não saía de minha cabeça. O filme não é só sobre a vitimização dessa mulher, mas também sobre justiça e democracia. A personagem se levanta e desafia todas as pessoas que a manipularam. O roteiro também me fez lembrar muito de minha mãe, que morreu no ano passado.

ÉPOCA – Você parece se emocionar sempre que fala de sua mãe (a atriz Marcheline Bertrand). Como descreve o relacionamento que tinha com ela?
Angelina –
Minha mãe era uma pessoa muito calma. Ela falava baixinho, como se sussurrasse. O nome dela era Marcheline, mas todo mundo a chamava de “marshmallow” (risos). Era impossível para ela alterar a voz ou praguejar, mesmo quando me mandava arrumar a bagunça do meu quarto. Eu queria sempre fazê-la feliz. Ao mesmo tempo, ela virava uma fera quando alguém fazia alguma coisa contra mim ou contra meu irmão (o também ator James Haven). Quando o Brad viu A Troca, ele disse que minha interpretação o fez lembrar de minha mãe (risos). Fazer esse filme resultou em uma experiência catártica, pois, desde que minha mãe morreu, eu evitava olhar uma foto de nós duas juntas. Acabei fazendo as pazes com isso. Foi como tê-la a meu lado o tempo todo, com ela me reconfortando.

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