sexta-feira, 19 de junho de 2009

'Trama internacional' cria suspense inspirado na crise financeira

Longa com Clive Owen estreia nesta sexta-feira (19) nos cinemas.
Jogo de intrigas dissolve-se facilmente em tiroteios e perseguições.

O suspense "Trama internacional", que estreia em circuito nacional nesta sexta-feira (19), tem ambições maiores do que o simples entretenimento. Dirigido pelo alemão Tom Tykwer (de "Paraíso"), a partir de um roteiro do estreante Eric Singer, pretende ser um comentário sobre o estado das coisas num mundo mergulhado na crise econômica.

Foto: Divulgação
O ator Clive Owen em cena do filme ''Trama internacional'', que estreia nesta sexta-feira (19)

Tykwer ficou famoso no final dos anos de 1990, com "Corra, Lola, corra", tornando-se uma sensação do cinema alemão - que andava meio apagado. Uma década e quatro longas depois (entre eles, "O perfume", 2006), o diretor deixou de lado os traços autorais de sua estreia, "Inverno quente" (1997), partindo para filmes de olho num grande público internacional.

O roteirista Eric Singer inspirou-se no caso de um banco paquistanês que, de 1970 a 1991, especializou-se em lavagem de dinheiro, compra de armas e financiamento de rebeldes, mercenários e terroristas pelo mundo. No enredo de "Trama internacional", o banco em questão, cuja matriz fica em Luxemburgo, tem funcionários especializados na compra de armas, inclusive mísseis.

Louis Salinger (Clive Owen, de "Duplicidade"), agente da Interpol, vê um colega ser assassinado na sua frente em Berlim, depois de desvendar uma transação de um sistema de mísseis guiados, envolvendo chineses e figurões europeus. Coloca-se ao lado de Salinger a promotora norte-americana Eleanor Whitman (Naomi Watts, de "Violência gratuita").


Juntos, tentarão desvendar não apenas a morte do outro agente, mas uma complicada conspiração envolvendo executivos europeus e muito dinheiro - que culmina no assassinato em praça pública de um importante político italiano. O crime também traz a marca do grande vilão do filme, o banco internacional que usa os seus investimentos de formas escusas.

Dado o potencial de nitroglicerina estabelecido pelo tema, é decepcionante ver como o jogo de intrigas inicial dissolve-se facilmente em tiroteios e perseguições sem dar aos personagens e atores - especialmente uma subaproveitada Naomi Watts - a oportunidade de crescer na história. A cena do tiroteio no museu é um divisor de águas no filme, que até então tenta se esconder sob uma máscara de sofisticação.

O que mais fica na memória ao final da projeção é justamente esse tiroteio nas famosas rampas do Museu Guggenheim, em Manhattan. Um caos orquestrado de quase 15 minutos, com tensão e resultado explosivo. A cena foi rodada numa réplica da instituição, construída num galpão ferroviário na Alemanha.

Por Alysson Oliveira, do Cineweb

(As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb)

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